E aí que eu sinto saudades.
Na verdade, é uma certa alegria de ter umas novas lembranças, quase que meio antigas.
De caras de desejo, de possibilidades outras.
De palavras trocada de noite, coisas assim.
Mas às vezes tudo parece tão solto ou vazio.
Que o amor que senti, talvez não volte.
Nem hoje, nem nunca. Por ninguém, nem por mim.
Porque vamos ficando mais duras, exigentes, maliciosas;
Falaciosas, mas deliciosamente mentirosas e "afins".
Que grande mentira aquela minha de "eu me basto".
Que grande mentira aquela tua de "não consigo".
Que grande mentira aquela nossa de "eu te amo".
Era só um medo-fantasia de estar sozinho, de desdizer o outro.
Sem um trajeto sabido, não são migalhas, nem pronta saída, nem rastros deixados em vão domingo.
O segredo é continuar seguindo.
O Coreto
É pra brincar de qualquer coisa que se vai à praça. Mas é ao coreto que vão os músicos, os palhaços, os poetas. E é em sua escada que se sentam os namorados. Essa é a magia de que falo aqui.
20 julho 2011
19 julho 2011
E de repente ficou tão simples
Aquela voz dizendo: “a sorte só sorri pra quem está preparado, Júlia” explicou toda a tormenta que viveu no último ano. Valeu a raiva toda, o esforço que fez para estar plena de si mesma. Estar em si, caber em si. Essa que era uma coisa que ninguém entendia direito. Achavam-na meio doida, cheia de sabidices e idéias porque falava disso pros que perguntavam de onde vinha tanto o que dizer.
Nesse dia – no do “a sorte sorri” –, percebeu o porquê das horas de livros, das noites sem dormir, da massa cinzenta gasta só pra entender um pouquinho mais do que era ela mesma. Não conseguiria aproveitar o que era tão belo e simples se não fosse tudo isso. Percebeu que se aquelas lágrimas não tivessem sido entornadas, não aceitaria a chuva, o casaco, o braço dado, o cabelo solto. Nem um beijo na ponta do nariz.
Foi pra brincar de ser feliz que estreou nessa roda. Vestido de chita, sandália de couro, brinco de madeira...
Veio sim pra passear. Mas não a passeio.
Nesse dia – no do “a sorte sorri” –, percebeu o porquê das horas de livros, das noites sem dormir, da massa cinzenta gasta só pra entender um pouquinho mais do que era ela mesma. Não conseguiria aproveitar o que era tão belo e simples se não fosse tudo isso. Percebeu que se aquelas lágrimas não tivessem sido entornadas, não aceitaria a chuva, o casaco, o braço dado, o cabelo solto. Nem um beijo na ponta do nariz.
Foi pra brincar de ser feliz que estreou nessa roda. Vestido de chita, sandália de couro, brinco de madeira...
Veio sim pra passear. Mas não a passeio.
Coincidências...
Eu não sei o que vocês pensam sobre as coincidências. Mas eu gastei boa parte da minha vida tentando entendê-las. Digo gastei, porque já as tomei como inexplicáveis. Agora são, pra mim, apenas sensíveis e aproveitáveis...
Era ensaio da Mangueira, no Rio. Janeiro, calor, cervevas, música, amores, risadas e juventude. Três amigas, saindo da bagunça, destruídas, querendo muita água e uma cama pra descansar. Desciam a rua em busca de um táxi, artigo de luxo àquela hora da manhã.
Por um milagre conseguiram o tal transporte que as levaria até em casa por quase o dobro do preço. Configuração: taxista + uma menina na frente; duas meninas atrás. Segue-se o papo normal de fim de festa... "E aí? Tava bom? Muito cheio? Acabou a cerveja? Nossa... que coisa. ...Mas essa violência, não é? Um horror mesmo..."
E o taxista começou a olhar meio "examinando" a menina que estava ao seu lado. É claro que as amigas já acharam estranha a atitude e ficaram de butuca, com medo. Estavam sozinhas, às cinco da manhã, lugar desconhecido, gente desconhecida... UHM!
Eis que ele abre a boca, e pergunta à menina, no maior carioquês:
- Mas e aí? Tu não é daqui, né? Tu tem mó cara de candanga*!
- Que candanga que nada, merrrmão!!! (sotaque fortalecido pelo álcool) Naisci aqui. Minha família é Zona norrrrrrte. Tudo de Anchieta!
- Eu sei... tu não é filha da Tia Shirley?
As três com olhos esbugalhados sem nada entender. Como assim?
PÁRA O CARRO. Acende a luz...
Estavam diante de um primo (primo MESMO) da amiga. Às cinco da manhã, num canto desconhecido, de uma cidade que nunca tinham ido juntas, encontram um taxista que é primo da amiga...
Muitas risadas. Milhares de histórias antigas, parentes que morreram, outros tantos que nasceram. Gente que foi embora, que voltou. Casou, separou. Uma hora e meia de viagem relembrando mais de dez anos sem se ver.
Táxi de graça. Telefones anotados e café da manhã pra comemorar o reencontro.
E aí? Precisa entender? :)
*Pros que não conhecem, candango é a denominação (quase errada, mas depois explico direitinho) pra quem mora/nasceu em Brasília
Era ensaio da Mangueira, no Rio. Janeiro, calor, cervevas, música, amores, risadas e juventude. Três amigas, saindo da bagunça, destruídas, querendo muita água e uma cama pra descansar. Desciam a rua em busca de um táxi, artigo de luxo àquela hora da manhã.
Por um milagre conseguiram o tal transporte que as levaria até em casa por quase o dobro do preço. Configuração: taxista + uma menina na frente; duas meninas atrás. Segue-se o papo normal de fim de festa... "E aí? Tava bom? Muito cheio? Acabou a cerveja? Nossa... que coisa. ...Mas essa violência, não é? Um horror mesmo..."
E o taxista começou a olhar meio "examinando" a menina que estava ao seu lado. É claro que as amigas já acharam estranha a atitude e ficaram de butuca, com medo. Estavam sozinhas, às cinco da manhã, lugar desconhecido, gente desconhecida... UHM!
Eis que ele abre a boca, e pergunta à menina, no maior carioquês:
- Mas e aí? Tu não é daqui, né? Tu tem mó cara de candanga*!
- Que candanga que nada, merrrmão!!! (sotaque fortalecido pelo álcool) Naisci aqui. Minha família é Zona norrrrrrte. Tudo de Anchieta!
- Eu sei... tu não é filha da Tia Shirley?
As três com olhos esbugalhados sem nada entender. Como assim?
PÁRA O CARRO. Acende a luz...
Estavam diante de um primo (primo MESMO) da amiga. Às cinco da manhã, num canto desconhecido, de uma cidade que nunca tinham ido juntas, encontram um taxista que é primo da amiga...
Muitas risadas. Milhares de histórias antigas, parentes que morreram, outros tantos que nasceram. Gente que foi embora, que voltou. Casou, separou. Uma hora e meia de viagem relembrando mais de dez anos sem se ver.
Táxi de graça. Telefones anotados e café da manhã pra comemorar o reencontro.
E aí? Precisa entender? :)
*Pros que não conhecem, candango é a denominação (quase errada, mas depois explico direitinho) pra quem mora/nasceu em Brasília
28 janeiro 2011
04 novembro 2010
20 outubro 2010
20 setembro 2010
Mudando uns trem aqui
A pedidos, acabei de mudar o sistema de comentários para "Open ID" :D
Podem comentar a vonts então! :)
Beijos
Podem comentar a vonts então! :)
Beijos
09 setembro 2010
03 setembro 2010
Indo pra cama
Nem eu, nem tu, nem o rabo do tatu.
Noites compridas e cumpridas de trabalho. Café, cigarros e umas boas surpresas noturnas.
Disciplina não é cumprir horários pré-estabelecidos. Isso é prisão, manicômio ou escola. Disciplina é outra coisa.
Noites compridas e cumpridas de trabalho. Café, cigarros e umas boas surpresas noturnas.
Disciplina não é cumprir horários pré-estabelecidos. Isso é prisão, manicômio ou escola. Disciplina é outra coisa.
06 agosto 2010
Às vezes é preciso recolher-se
"Às vezes é preciso recolher-se. O coração não quer obedecer, mas alguma vez aquieta; a ansiedade tem pés ligeiros, mas alguma vez resolve sentar-se à beira dessas águas. Ficamos sem falar, sem pensar, sem agir. É um começo de sabedoria, e dói. Dói controlar o pensamento, dói abafar o sentimento, além de ser doloroso parece pobre, triste e sem sentido. Amar era tão infinitamente melhor; curtir quem hoje se ausenta era tão imensamente mais rico. Não queremos escutar essa lição da vida, amadurecer parece algo sombrio, definitivo e assustador. Mas às vezes aquietar-se e esperar que o amor do outro nos descubra nesta praia isolada é só o que nos resta. Entramos no casulo fabricado com tanta dificuldade, e ficamos quase sem sonhar. Quem nos vê nos julga alheados, quem já não nos escuta pensa que emudecemos para sempre, e a gente mesmo às vezes desconfia de que nunca mais será capaz de nada claro, alegre, feliz. Mas quem nos amou, se talvez nos amar ainda há de saber que se nossa essência é ambigüidade e mutação, este silencio é tanto uma máscara quanto foram, quem sabe, um dia os seus acenos."
Lya Luft
Lya Luft
04 agosto 2010
Além
Outros projetos, outros planos.
Incrível como somos incitados a pensar e sentir de uma determinada forma e, muitas vezes, a coisa não vem do jeito pré-fabricado. Não fiquei com raiva, não estou arrasada, não quero matar ninguém. E a gente fica lá se perguntando COMOASSIM?! Pois é.
Há tanto por fazer e viver. Gostei muito daquela que me descobri nos últimos meses.
Incrível como somos incitados a pensar e sentir de uma determinada forma e, muitas vezes, a coisa não vem do jeito pré-fabricado. Não fiquei com raiva, não estou arrasada, não quero matar ninguém. E a gente fica lá se perguntando COMOASSIM?! Pois é.
Há tanto por fazer e viver. Gostei muito daquela que me descobri nos últimos meses.
24 julho 2010
Fossa
É nessas fases, segundo a Flavinha, que a gente fica mais culta, mais cheia de idéias pra escrever, pintar e ouvir. Confesso que estou louca pra ficar sem imaginação de novo.
Logo.
Logo.
15 junho 2010
28 maio 2010
Pós parto
Terminei o projeto e tudo o mais que precisa acontecer de bom e realizável está vindo a toque de caixa. É verdade que preciso de férias, mas acho que vale agora aproveitar esse momento de êxtase (!) pós esforço e curtir esse sorriso besta na cara.
Também foi possível durante esse período rever minhas posturas profissionais e hoje me sinto muito mais dona do meu trabalho e muito mais autorizada a falar do que faço. Facetas novas de uma Ana Luisa que eu nem conhecia. E hoje, passado esse turbilhão, eu bem compreendo "o que é que estava faltando" pra eu deslanchar.
O meu coração anda solto e tranquilo. Batendo mais forte às vezes e contente no todo dia. Essa calmaria boa também nunca tinha me acontecido. Esse amor todo que tenho para compartilhar aparece ainda em outras manifestações. Eu estou conseguindo localizar melhor isso.
E em mais um post diarinho, sigo.
PS.: para constar, meu trabalho ficou com 110-fucking-pages! \m/
Também foi possível durante esse período rever minhas posturas profissionais e hoje me sinto muito mais dona do meu trabalho e muito mais autorizada a falar do que faço. Facetas novas de uma Ana Luisa que eu nem conhecia. E hoje, passado esse turbilhão, eu bem compreendo "o que é que estava faltando" pra eu deslanchar.
O meu coração anda solto e tranquilo. Batendo mais forte às vezes e contente no todo dia. Essa calmaria boa também nunca tinha me acontecido. Esse amor todo que tenho para compartilhar aparece ainda em outras manifestações. Eu estou conseguindo localizar melhor isso.
E em mais um post diarinho, sigo.
PS.: para constar, meu trabalho ficou com 110-fucking-pages! \m/
05 maio 2010
79
Não, eu não preciso de uma morsa, mas de 79 laudas escritas prontinhas só esperando serem revisadas.
Mais um capítulo, coisas formais e até 15 de junho eu defendo - e serei uma pessoa pós-graduada.
E MAIS feliz! Muito mais feliz!
Mais um capítulo, coisas formais e até 15 de junho eu defendo - e serei uma pessoa pós-graduada.
E MAIS feliz! Muito mais feliz!
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